terça-feira, 19 de agosto de 2008

História do Hip Hop


A Historia de como o Hip Hop se Expandiu no Mundo

Hip-Hop não é só um estilo de música ou um modo de se dançar. É, principalmente, um movimento cultural,iniciado nos Estados Unidos, que fala sobre a cultura das ruas, das esquinas, dos guetos, enfim, dos conflitos sociais e da violência urbana vividos pelas classes menos favorecidas da sociedade. É, sem dúvida, um movimento de reinvidicação de espaço e voz, traduzido nas letras questionadoras, no ritmo forte e intenso e nas imagens grafitadas pelos muros das cidades.

No Brasil, esse estilo mostra a realidade dos jovens negros e pobres de cidades grandes, como Rio de Janeiro e São Paulo, cantada (rap), dançada (street dance) e pintada (grafite) nas ruas, numa forma de discussão e protesto que envolve o preconceito racial e a miséria dessa população discriminada, ignorada e excluída. O Hip-Hop, nesse sentido, é o grito que pede para ser ouvido, a fim de modificar a vida de jovens que, a princípio, parecem sem esperança e sem força para romper com essa realidade. Hoje em dia os rappers de verdade preferem o não-estrelato, ficando no meio Underground, enquanto as "estrelinhas" que destroem a cultura se vendendo pra mídia são Eminem, Akon, Snoop Dogg (antigamente nao era), Ne-Yo, Chris Bown, 50Cent, JaRule e entre outros que você escuta facilmente nas rádios. Esses artistas não levam conteúdo algum em suas letras, e muitas vezes acabam mentindo quando tentam melhorar. O ideal da cultura Hip Hop não é sexo, drogas e violência, é o grito dos desfavorecidos, é a voz do povo, é aquilo que você escuta e representa com fins de melhora com caráter revolucionário

História do Hip-hop

O Hip-Hop emergiu nos, no final da década de 60, nos subúrbios negros e latinos de Nova Iorque. Estes subúrbios, verdadeiros guetos, enfrentaram todo tipo de problemas: pobreza, violência racismo tráfico, carências de infra-estrutura, de educação, etc. Os jovens encontravam na rua o único espaço de lazer, e geralmente entravam num sistema de gangues (quem fazia parte de algumas das gangues, ou quem estava de fora, sempre conhecia os territórios e as regras impostas por elas), as quais se confrontavam de maneira violenta na luta pelo domínio territorial.

Esses bairros eram essencialmente habitados por migrantes latinos, vindos principalmente da Jamaica, por lá existiam festas de rua com equipamentos sonoros muito possantes que eram chamados de Sound System e em alguns lugares com carros de som chamados de "sound systems" (carros equipados com equipamentos de som, parecidos com trios elétricos). O Sound System foi levado para o Bronx em Nova Iorque pelo DJ Kool Herc, que com 12 anos migrou para os Estados Unidos com sua família, iludidos pelo American way of life,(estilo americano de vida) junto Herc levou o Toast (Modo de se cantar bem parecido com o RAP, com levadas bem fraseadas e rimas bem feitas, muitas das vezes bem politizadas e outras banais e sexuais, cantadas em cima de Reggaes instrumentais)

Neste contexto nasciam diferentes manifestações artísticas de rua: música, dança, poesia e pintura. Os DJ’s Afrika Bambaataa, Kool Herc e Grand Master Flash, GrandWizard Theodore, GrandMixer DST (hoje DXT), Holywood e Pete Jones, entre outros, observaram e participaram destas expressões de rua, e começaram a organizar festas nas quais estas manifestações tinham espaço, assim nasceram as Block Parties.

Cada gangue encontra na arte uma forma de canalizar a violência a que viviam submersas, passam a freqüentar as festas e dançar break, competir com passos de dança e não mais com armas, essa foi a proposta de Afrika Bambaataa considerado hoje o padrinho da cultura Hip-Hop, o idelizador da junção dos elementos, criador do termo Hip-Hop e por anos e anos foi tido como "Master of records" (mestre dos discos), por sua vasta coleção de discos de vinil... DJ Hollywood foi um DJ de grande importância para o Hip-Hop, apesar de tocar ritmos mais Pops como a Discoteca, foi o primeiro a introduzir em suas festas MC's que animavam com rimas e frases que deram inicio ao RAP. Os Mc's que animavam as festas passaram a fazer discursos rimados sobre a comunidade, à festa e outros aspéctos da vida cotidiana. Taki 183, o grande mestre do Pixo fez uma revolução em Nova Iorque ao lançar suas Tags (assinaturas) por toda cidade, sendo noticiado até no New York Times da época... Depois dele vieram: Blade, Zephyr, Seen, Dondi, Futura 2000, Lady Pink, Phase 2, entre outros...

Em 12 de novembro de 1973 foi criada a primeira organização que tinha em seus interesses o Hip Hop, cuja sede estava situada no bairro do Bronx. A Zulu Nation tem como objetivo acabar com os vários problemas dos jovens dos subúrbios e ainda tem a crença em alienígenas (ainda que, posteriormente, tenha adquirido caráter universal), especialmente com o problema da violência. Começaram a organizar “batalhas” não violentas entre gangues com um objetivo pacificador. As batalhas consistiam em uma competição artística (para ilustrar o ambiente Hip Hop nos EUA na década de 80, recomendo o filme Wild Style, do diretor Charlie Ahearn, no qual aparecem grandes figuras de vital importância na construção do movimento, como o DJ Grand Master Flash), Beat Street, Style Wars (Graffiti), Fresh Kid B.boys e Scratch, documentários e filmes sobre a cultura Hip-Hop. Nascia assim o Hip Hop, aglutinando os 4 elementos básicos:

Hoje existem diversos grupos que representam a Cultura Hip Hop como: Movimento Enraizados, MHHOB, Zulu Nation Brasil, Casa de Cultura Hip Hop, Associação de Hip Hop de Bauru, H2P, Cedeca, Cufa (Central Única das Favelas), entre outros.É importante considerar que o berço do Hip Hop brasileiro é São Paulo, onde surgiu com força nos anos 80, dos tradicionais encontros na rua 24 de Maia e no metrô São Bento, de onde sairam muita gente que ainda está por ai, como Thaíde, Dj Hum, Styllo Selvagem, Região Abissal, Nill(Verbo Pesado), Sérgio Riky, Defh Paul, Mc Jack, Racionais Mcs, Doctors Mcs, Shary Laine, Mt Bronks, Rappin Hood entre outros.

DJ (disc-jockey)


Operador de discos, que faz bases e colagens rítmicas sobre as quais se articulam os outros elementos, hoje o DJ é considerado um músico, após a introdução dos scratches de GradMixer DST na música Rock it de Herbie Hancock, que faz parte da música, e não apenas um efeito, incremento ou Break da música. O Break-beat, é a criação de uma batida em cima de músicas já existentes, uma especie de LOOP, seu criador DJ Kool Herc, desenvolveu esta técnica possibilitando B.Boys a dançarem e MC's a cantarem... O Beat-Junkie, já é a criação de músicas pelos DJ nos toca-discos, com discos e músicas diferentes...Há diversos tipos de DJ's, há DJ de grupo, de baile/festas/aniversários/eventos em geral e o mais desconhecido porém não menos relevante, pelo contrário, o DJ de competição. Este por sua vez, faz da técnica e criatividade, os elementos essências para despertar e prender a atenção do público. Um DJ de competição é um DJ que desenvolve e realiza performances contendo scratchs, batidas e até frases recortadas de diferentes discos (samples). Esses DJ's competem entre si usando todo e qualquer trecho musical de um vinil. Um exemplo de DJ de competição do Brasil é o DJ DaMente de São Paulo.

MC (mestre de cerimonias)

Porta-voz que relata, através de articulações de rimas, os problemas, carências e experiências em geral dos guetos. Não só descreve, também lança mensagens de alerta e orientação, o MC tem como principal função animar uma festa e contribuir com as pessoas para se divertirem, muitos MC´s no início do Hip-Hop davam recados, mandavam cantadas e simplesmente animavam as festas com algumas rimas...

Nada será feito sem a interação dos 4 elementos do Hip-Hop... O RAP não será Rap se não houver graffiti, o DJ não será DJ (de Hip-Hop) senão houver B.Boys dançando, e assim por diante segue toda a cultura, senão o Hip-Hop não é Hip-Hop, e sim RAP, Graffiti, DJ e B.Boy.

Grafitti

"Expressão plástica", "pinturas" geralmente feitas com latas de Spray... Em muros,escolas, metros, etc. Sendo considerado por muitos uma forma de arte, diferente do "picho", que têm outra função de apenas deixar sua marca, diferente do graffiti, que é usado por muitos como forma de expressão e denúncia.

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